Autor : Celso Duarte
Certa noite voltando das rezaria da quaresma na cidade, fui pro sítio do meu pai que se encontrava doente, resolvi então passar no sítio do meu amigo Tião, já que a estrada era a mesma que dava para o sítio di meu pai ! Tinha pena do Tião, pois nunca vi o Mancebo ter sorte cum muié! Vivia alí naquele Sítio sozinho, os irmão foro tudo embora pra cidade, ficando ele no encargo dos cuidado do seu pai já idoso que Deus o tenha, pois já fazia uns treis ano que ele tinha ido dessa pra melhó! Então começamo a toma umas cachaça e proziando! Me lembro como si fosse hoje! Uma noite quente , brisa fresca e Lua cheia...!!
- Bom! A proza tá boa mais já é hora de ir Tião!!
- Tá cedo Zequiel, inda vai dá onze hora, quarqué coisa tu dormi aqui in casa!
-Tê parece, tenho di ordenhá logo cedo, as vaca du meu pai rapaiz, o home tá meio adoentado e tenho de fazê esse favor pra ele !? A Glorinha num tá gostando muito da história, pois já faiz uns treis dia qui num drumo em casa, mais painho tá precisando dessa força, e além dum mais já passô da minha hora e é uma pernada grande até lá!
-Tá certo intão Zequiel....! Mais tu num tem medo di passá pela aquela istrada, aquelas grota!? Ali di noite só si vê razante de curuja, e vagalume é breu puro só dá pra enxerga um braço a frenti do nariz!
-Faiz medo não Tião! Tô custumado e além di tudo hoje é lua cheia, agora vai me dizê que tu já viu assombração alí naquelas banda!?
-Não sô..! Mais o povo diz qui, alí naquelas banda as veiz aparece umas prezepadas di arrepiá os cabelo!
-Isso é crendisse...! Coisa da cabeça do povo! Bão..! Decha eu ir, que se não fico aqui inté raiá o dia! Tchau pra ocê Tião i vê si num toma essa pinga toda aí!
-Podi dexa Zequiel! Inté..!
-Inté Tião! Eita... como tá quente sô!
Nunca senti tanto calor como naquela noite, antes da mentade du caminho começou me dar uma suadeira danada! A lua ia já alta no céu, a estrada parecia uma risca de giz branco, ladeada do breu das sombras das arvre, mas quando tava quase chegandu perto do sítio di meu pai,Tive uma impressão estranha, era como si alguém tivesse me sondando, mi seguindo! Tava mi sentindo como uma capivara caçada di a onça! tinha alguma coisa mi oiando! E num era gente!
Senti o vento sopra na minha cara, e junto veio uma fedentina braba, era uma catinga di chega a arde o nariz, ..! Senti um guinchado no pé du ouvido, que feiz os pêlo du cangote arrepiá...Eu um capiau encardido do mato, nunca tinha sintido uma coisa dessa, sô! Foi quando ouvi um baruio sai di uma moita, me virei e vi um baita dum cachorro preto e grande! Mais o bicho tava era pizando em duas perna! Fiquei meio atorduado e com as perna banba feito bambu verde Um pensamento me veio à fronte como um raio e me lembrei das história que meu finado tio Venceslau contava sobre Lobisome! Num instante e sem duvidá das palavra di meu finado tio, mirei e já dava pra vê a portera do Sitio di meu pai! A única coisa qui eu precisava era sabê qual opção escoiê daquele ditado...! "Se corrê o bicho pega, se fica o bicho come!" Num istalo eu escolhi a primera opção, até porquê a segunda opção já era uma suspeita que eu num queria pagá pra vê! E me puis a corrê em disparada!Os carcanhá rachado arrancava torrão de terra do chão que nem pá de tratô,cabeça de espinho era burracha, os pedregulho era armofada, buraco num inxistia pra eu! Tava já sentindo o bafo fidido e quente do descomungado na minha oreia, quando senti a portera na ponta du meus dedo, dizem que home num pode voá, mais naquele dia posso afirma por nosso senhor Jesus Cristo, que eu cai do otro lado da portera, como se tivesse caido do céu! No mesmo instante, sem oiá pra traiz corri na direção do chiquero, lá a lembrança me veio, tinha um banhero e lá busquei abrigo!Numa questão de segundo, me tranquei nele e pude ver e ouvir o bicho enchendo as unha di lasca di madera! Fiquei ali por mais de hora oiando pelas fresta da porta, aquele bichão cabeludo e fidido, me cercando feito cachorro esfomeado, eu fiquei alí bem quietinho, ouvindo o baruio do rosnado do bicho e o coração batendo no peito! Até que repente aquilo parô! Mas a covardia era tão forte que não arrisquei nem se mexê! Uma coisa era certa, ele ainda tava lá! Porque a fedentina não passava! Já ia perdendo a noção tempo quando percebi a lua indo imbora. Foi então que vi o bicho pulá no chiquero, pensei que fosse comé todos porco, mais o danado começou a rolá nas merda dos bicho, se contorcendo como se tivesse tendo um ataque pilético! Lembrei novamente das históra do meu finado tio, e lembrei que ele contava que lobisome quando queria vira home novamente, gostava de procura um chiquero ou um galinhero pra fazê essa rolação doida, notei di repenti que o dia já tava crariando, consegui enxerga nesse instante, um cabra pelado e sujo di merda di porco! Rapaiz... me assutei com aquilo! Eu vi meio de relance o "empanado" pulando e indo embora o que me dexo espantado foi a impressão que tive! O físico e a silueta anfíbia era de alguém conhecido, ou isso era imaginação da minha cabeça? Como num tava claro ainda, vi tudo meio cinza que nem negativo di foto! Uma coisa eu tinha certeza, lobisome inxiste memo! Agora só resta sabe quem era o discumungado!
Continua..
Certa noite voltando das rezaria da quaresma na cidade, fui pro sítio do meu pai que se encontrava doente, resolvi então passar no sítio do meu amigo Tião, já que a estrada era a mesma que dava para o sítio di meu pai ! Tinha pena do Tião, pois nunca vi o Mancebo ter sorte cum muié! Vivia alí naquele Sítio sozinho, os irmão foro tudo embora pra cidade, ficando ele no encargo dos cuidado do seu pai já idoso que Deus o tenha, pois já fazia uns treis ano que ele tinha ido dessa pra melhó! Então começamo a toma umas cachaça e proziando! Me lembro como si fosse hoje! Uma noite quente , brisa fresca e Lua cheia...!!
- Bom! A proza tá boa mais já é hora de ir Tião!!
- Tá cedo Zequiel, inda vai dá onze hora, quarqué coisa tu dormi aqui in casa!
-Tê parece, tenho di ordenhá logo cedo, as vaca du meu pai rapaiz, o home tá meio adoentado e tenho de fazê esse favor pra ele !? A Glorinha num tá gostando muito da história, pois já faiz uns treis dia qui num drumo em casa, mais painho tá precisando dessa força, e além dum mais já passô da minha hora e é uma pernada grande até lá!
-Tá certo intão Zequiel....! Mais tu num tem medo di passá pela aquela istrada, aquelas grota!? Ali di noite só si vê razante de curuja, e vagalume é breu puro só dá pra enxerga um braço a frenti do nariz!
-Faiz medo não Tião! Tô custumado e além di tudo hoje é lua cheia, agora vai me dizê que tu já viu assombração alí naquelas banda!?
-Não sô..! Mais o povo diz qui, alí naquelas banda as veiz aparece umas prezepadas di arrepiá os cabelo!
-Isso é crendisse...! Coisa da cabeça do povo! Bão..! Decha eu ir, que se não fico aqui inté raiá o dia! Tchau pra ocê Tião i vê si num toma essa pinga toda aí!
-Podi dexa Zequiel! Inté..!
-Inté Tião! Eita... como tá quente sô!
Nunca senti tanto calor como naquela noite, antes da mentade du caminho começou me dar uma suadeira danada! A lua ia já alta no céu, a estrada parecia uma risca de giz branco, ladeada do breu das sombras das arvre, mas quando tava quase chegandu perto do sítio di meu pai,Tive uma impressão estranha, era como si alguém tivesse me sondando, mi seguindo! Tava mi sentindo como uma capivara caçada di a onça! tinha alguma coisa mi oiando! E num era gente!
Senti o vento sopra na minha cara, e junto veio uma fedentina braba, era uma catinga di chega a arde o nariz, ..! Senti um guinchado no pé du ouvido, que feiz os pêlo du cangote arrepiá...Eu um capiau encardido do mato, nunca tinha sintido uma coisa dessa, sô! Foi quando ouvi um baruio sai di uma moita, me virei e vi um baita dum cachorro preto e grande! Mais o bicho tava era pizando em duas perna! Fiquei meio atorduado e com as perna banba feito bambu verde Um pensamento me veio à fronte como um raio e me lembrei das história que meu finado tio Venceslau contava sobre Lobisome! Num instante e sem duvidá das palavra di meu finado tio, mirei e já dava pra vê a portera do Sitio di meu pai! A única coisa qui eu precisava era sabê qual opção escoiê daquele ditado...! "Se corrê o bicho pega, se fica o bicho come!" Num istalo eu escolhi a primera opção, até porquê a segunda opção já era uma suspeita que eu num queria pagá pra vê! E me puis a corrê em disparada!Os carcanhá rachado arrancava torrão de terra do chão que nem pá de tratô,cabeça de espinho era burracha, os pedregulho era armofada, buraco num inxistia pra eu! Tava já sentindo o bafo fidido e quente do descomungado na minha oreia, quando senti a portera na ponta du meus dedo, dizem que home num pode voá, mais naquele dia posso afirma por nosso senhor Jesus Cristo, que eu cai do otro lado da portera, como se tivesse caido do céu! No mesmo instante, sem oiá pra traiz corri na direção do chiquero, lá a lembrança me veio, tinha um banhero e lá busquei abrigo!Numa questão de segundo, me tranquei nele e pude ver e ouvir o bicho enchendo as unha di lasca di madera! Fiquei ali por mais de hora oiando pelas fresta da porta, aquele bichão cabeludo e fidido, me cercando feito cachorro esfomeado, eu fiquei alí bem quietinho, ouvindo o baruio do rosnado do bicho e o coração batendo no peito! Até que repente aquilo parô! Mas a covardia era tão forte que não arrisquei nem se mexê! Uma coisa era certa, ele ainda tava lá! Porque a fedentina não passava! Já ia perdendo a noção tempo quando percebi a lua indo imbora. Foi então que vi o bicho pulá no chiquero, pensei que fosse comé todos porco, mais o danado começou a rolá nas merda dos bicho, se contorcendo como se tivesse tendo um ataque pilético! Lembrei novamente das históra do meu finado tio, e lembrei que ele contava que lobisome quando queria vira home novamente, gostava de procura um chiquero ou um galinhero pra fazê essa rolação doida, notei di repenti que o dia já tava crariando, consegui enxerga nesse instante, um cabra pelado e sujo di merda di porco! Rapaiz... me assutei com aquilo! Eu vi meio de relance o "empanado" pulando e indo embora o que me dexo espantado foi a impressão que tive! O físico e a silueta anfíbia era de alguém conhecido, ou isso era imaginação da minha cabeça? Como num tava claro ainda, vi tudo meio cinza que nem negativo di foto! Uma coisa eu tinha certeza, lobisome inxiste memo! Agora só resta sabe quem era o discumungado!
Continua..
Sei não... esse tar de lobisome me susta di veiz inquando. Nas hora di eu durmi, as veiz cabo di sonhá cum ele e tenho a impressão di istá durmindo na mesma cama qui eu!!! Acho qui isso inxiste memo, ai sô!!! Para cum esta instória si não, eu não drumo di noite. Aaara!!!
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