O judeu errante, também chamado Aasvero, Asvero,1 Ahasverus, Ahsuerus ou Ashver
Diz a lenda que Ahsverus foi contemporâneo de Jesus e trabalhava num curtume ou oficina de sapateiro, em Jerusalém, numa das ruas por onde passavam os condenados à morte por crucificação, carregando suas cruzes. Na Sexta-feira da Paixão, Jesus Cristo, passando por aquele mesmo caminho, carregando sua cruz, teria sido importunado com ironias ou agredido verbal ou fisicamente, pelo coureiro Ahsverus. Jesus, então, o teria amaldiçoado, condenando-o a vagar pelo mundo, sem nunca morrer, até a sua volta, no fim dos tempos.
Diz a lenda que Ahsverus foi contemporâneo de Jesus e trabalhava num curtume ou oficina de sapateiro, em Jerusalém, numa das ruas por onde passavam os condenados à morte por crucificação, carregando suas cruzes. Na Sexta-feira da Paixão, Jesus Cristo, passando por aquele mesmo caminho, carregando sua cruz, teria sido importunado com ironias ou agredido verbal ou fisicamente, pelo coureiro Ahsverus. Jesus, então, o teria amaldiçoado, condenando-o a vagar pelo mundo, sem nunca morrer, até a sua volta, no fim dos tempos.
Versões
As versões do incidente são variadas. Uma delas diz que Jesus Cristo teria caído, sob o peso da cruz, bem defronte à loja onde trabalhava Ahsverus, e este, zombando, teria gritado para o condenado que "caminhasse". Jesus teria respondido a Ahsverus que ele, o sapateiro, é quem caminharia pelo mundo até o fim dos tempos.
Uma variante diz que, antes que Simão Cireneu oferecesse auxílio, Jesus teria pedido a Ahsverus que o ajudasse a reerguer a cruz, e este recusara. Outra versão da lenda conta que Jesus teria parado diante do curtume e pedido a Ahsverus que lhe desse uma caneca d'água. Ahsverus teria então replicado, dizendo: "Se és o Filho de Deus, faça com que jorre uma fonte de água fresca do chão". E Jesus, por isso, teria amaldiçoado o artesão.
Origem
É possível que a lenda do judeu errante tenha tido início no Século IV quando um bispo da Armênia ou da Pérsia, em visita a Constantinopla ou participando do Concílio de Niceia, teria dito, em resposta a um incrédulo, que no seu país ainda restava, viva, uma testemunha do martírio de Jesus Cristo. A partir daí, a imaginação popular teria elaborado o resto da história, confundindo essa suposta testemunha com a figura de Malco, um servo de Caifás, ou com um certo cidadão de Jerusalém, Catáfito (ou Catafílio), que era porteiro de Pilatos, ou até mesmo com Judas Iscariotes, que teria, de alguma forma, sobrevivido ao auto-enforcamento. Em outras versões, o judeu errante é identificado com Samer ou Samar, que fundiu o bezerro de ouro, ou com Samuel Belibeth, o sapateiro que teria negado água a Jesus.
Lendas
Nos primeiros tempos da expansão do islamismo houve o boato, entre os conquistadores árabes da Síria, de que o tal judeu errante havia sido de fato, encontrado em Damasco. Séculos mais tarde, o boato ressurgiu na Península Ibérica, e dizia-se que um certo Juan Esperendios ("espera em Deus") seria esse personagem. Na Itália medieval falava-se que o judeu errante atendia pelo nome de Giovanni Buttadeo ("o que joga fora Deus") e na Alemanha, no século XVI, um bispo de Hamburgo afirmou ter conhecido o judeu errante pessoalmente, tendo sido inclusive publicado, anos mais tarde, o suposto diálogo entre o bispo e o Judeu.
No Brasil, algumas histórias populares afirmam que o errante teria imigrado para Pernambuco, no tempo do domínio holandês, permanecendo vivendo incógnito no Brasil. Teria sido localizado, pela última vez, no norte de Minas Gerais, quando foi visto chorando sangue diante de uma igreja num dia de Sexta-Feira da Paixão.3
Enfim, a expressão popular "onde Judas perdeu as botas" poderia ser uma fusão do sapateiro de Jerusalém com Judas Iscariotes - e portanto, alusiva ao mito do judeu errante.
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